O enterro da cafetina

Sinopse

O essencial na minha vida não é o que vivi, tampouco o que amei ou o que fiz. O principal reside no que restou do que fiz e que me foi possível, e que aponta para além do que fiz e pretendi. Para lá da ação encontramos a reflexão e, além desta, a intuição, a visão direta, a revelação do sagrado. Recordar é não só lembrar dos feitos, mas principalmente, compreender o sentido e a direção deles a partir dos seus efeitos. O fato não é apenas ação, é toda e qualquer dimensão verdadeira, mesmo a travestida de paixão e loucura. Chegou a minha vez e, diversamente dos pivetes que berravam e choravam, agüentei vários golpes sem emitir um só gemido. Suspirava fundo, contraía todos os músculos do rosto e, apesar das lágrimas que molhavam meus olhos, logo os secava com o ódio que sentia, não me permitindo o choro como uma forma de agressão aos meus algozes. Se eu dividisse os nossos furacões em seus movimentos básicos, e os fracionasse em mobilidades menores, sucessivamente, veria que vivemos num mundo fragmentado, onde cada pedaço oculta em si outros mundos menores, igualmente estruturados em escalas similares numa dimensão mais diminuta. Viver é isto: sentir prazer no miolo da tormenta! Eu sempre amarei a tempestade em seu núcleo de bonança e paz.

Características do Livro Detalhes:

Título: O enterro da cafetina
Autor: Marcos Rey
Idioma: Português
Editora: Outras (LPM)
Edição: 1ª (2003)
Ficha catalográfica: Literatura Brasileira / 1) História
Encadernação: capa comum (brochura)
Número de páginas: 176
CODIGO INTERNO:  3756
Dimensões (L x A): 14 x 21 cm
Peso: 120 g